Convento de Mafra: património mundial a pedir uma visita
Cada um tem o seu espaço favorito, mas para nós o maior tesouro do Palácio de Mafra é a biblioteca, com uma colecção de mais de 40 000 livros. São encadernações em couro gravadas a ouro, incluíndo uma primeira edição de Os Lusíadas de Luís de Camões, e uma visão de cortar a respiração. Mas desengane-se se acha que uma hora ou duas chegam para deambular pelo Palácio. A visita pode ser feita de forma livre ou guiada mas o conhecimento de quem está por perto nas salas é enorme.
Um complexo hospitalar do século XVIII, dois carrilhões monumentais do século XVIII, um conjunto (único) de seis órgãos de tubos e uma biblioteca histórica tornam este património em algo único. Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões, constituem o maior conjunto sineiro do mundo. Em conjunto com os seis órgãos históricos e da biblioteca, são o património mais importante do Palácio Nacional de Mafra, classificado como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Em fevereiro deste ano voltaram a tocar e o Palácio Nacional de Mafra vai manter um programa de concertos de carrilhões ao longo do ano, com a participação de carrilhonistas de todo o mundo. Pronto para fazer uma visita?
A história
A obra do Palácio de Mafra foi encomendada por D. João V. Traduzia-se num monumento religioso para agradecer a chegada do seu primogénito. A primeira pedra foi lançada em 1717, mas, à medida que chegavam aos cofres reais mais e mais riquezas do Brasil, o projecto foi redesenhado, transformando-se no que é atualmente: 40 mil metros quadrados de construção com uma fachada de 200 metros de comprimento e uma altura que atinge os 68 metros nas duas torres, mais de cinco mil portas e cerca de 2500 janelas que escondem numerosas obras artísticas e uma biblioteca ricamente ornamentada com um acervo de cerca de 35 mil obras. De acordo com Mário Pereira, diretor do Palácio, “De facto, aqui tudo é marcado por um cunho de qualidade que só a generosidade joanina podia e sabia exigir: excelência de materiais, soluções arrojadas e requinte de execução”.
Organizar a visita
Organize a sua ida consultando os horários em baixo. Caso tenha tempo, poderá sempre parar para um almoço na Quinta do Arneiro e ainda para uma visita à mesma. Se achar que não aguenta tanto tempo, no centro da vila, na Praça da República, estão duas pastelarias conhecidas dos mafrenses, a Pólo Norte e a Fradinho, que prometem.
Literatura adicional
Como é óbvio, uma leitura (ou releitura) do Memorial do Convento de José Saramago impõe-se. Caso vá com crianças, este episódio da RTP Ensina também dará uma ajuda.
Horários
Palácio: Todos os dias, excepto 3ª feiras das 09.30h às 17.30h (última entrada 16.45h); O Núcleo de Arte Sacra e Enfermaria encerra das 13.00 (última entrada 12.45h) às 14.00h
Biblioteca: (leitores – por marcação prévia): 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras
09.30 às 13.30h e das 14.00h às 16.00h
Basílica: Diariamente das 09.30 às 13.00h (última entrada 12.45h) e das 14.00 às 17.30h
Dias de Encerramento: Terças-feiras e nos dias 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, Quinta-feira da Ascensão/Espiga (Feriado Municipal) e 25 de Dezembro