Marquei a ida a Marte na agenda

Vocês não sei, mas o meu filho diz que me leva. Guardou espaço no foguetão e oferece-me um fato especial. Ou espacial, conforme a perspetiva. Com um capacete para eu poder respirar em Marte, porque dá jeito. Leia sobre esta viagem, o desafio espacial do cocó e porque vos espero encontrar lá.

Não sei qual o vosso conhecimento sobre Marte ou a possibilidade de um dia os humanos (ou seja, nós) lá poderem viver. De acordo com o meu filho Gastão, que tem somente cinco anos com pressa para fazer seis, Marte é um planeta deveras interessante. Primeiro é vermelho, o que só por si é um bom prenúncio, depois sabe perfeitamente que é impossível lá respirar, mas contrapõe que é para isso que existem fatos espaciais com capacetes. Quando questionado sobre o facto se tem ou não medo da trepidação na descolagem, o meu filho olha para mim de forma benevolente e diz que me dá a mão para eu não ter medo… É aqui que lhe pergunto se sabe quem é Elon Musk. É que talvez andem a falar um com o outro…

De acordo com Elon Musk, fundador da SpaceX, numa entrevista ao National Geographic Channel, é possível enviar, através de shuttles, milhares de pessoas desde a Terra até ao planeta vermelho, dentro de, aproximadamente, uma década. E, não muito depois disso – talvez 40 ou 100 anos mais tarde – Marte poderá ser casa de uma colónia autossustentável de um milhão de pessoas. “Isto não tem a ver com mudar toda a gente para Marte, isto tem a ver com o facto de nos tornarmos multiplanetários”, afirmou Musk a 27 de setembro no Congresso Internacional Astronáutico, em Guadalajara, México. O desejo de Elon Musk de colocar pessoas em Marte não tem só a ver com fama e glória, mas com a necessidade de preservação da raça humana.

 

MARS, uma série em seis partes no ar no National Geographic Channel, conta a história inspiradora da primeira colónia em Marte, sob a perspetiva vantajosa de ser uma missão fictícia a Marte, a decorrer em 2033. A série consegue combinar a ficção e a realidade, oscilando entre o presente (realidade) e o futuro (ficção). Recomendo vivamente porque a série possui diversas sequências de documentário com inúmeros cientistas e inovadores que prometem mudar e desenvolver a tecnologia espacial ao ponto de tornar possível que os seres humanos cheguem e vivam em no planeta vermelho. Para quem se interessa pelo que se passa lá fora, a revista da National Geographic de novembro é também imperdível, com um poster que nos faz lembrar a revista de antigamente, quando a riqueza dos seus mapas e infografias nos fazia querer ficar doentes para podermos ficar em casa a analisar tudo em pormenor.

Marte é o quarto planeta a partir do sol e chama-se Marte em honra do deus romano da guerra, devido ao seu tom avermelhado lembrar o sangue. O culpado de toda este vermelho é o óxido de ferro, assim como outros compostos como o enxofre e o cloro, que cobrem a superfície e as rochas. Apesar de todo o otimismo, e da corrida para chegar a Marte já não ser somente comandada pela NASA,  a verdade é que Marte fica 140 vezes mais longe que a lua e enviar astronautas para este planeta implica também naves diferentes e com outras capacidades (mais espaço para armazenamento, escudo das radiações cósmicas e conforto).

Bem sei que o Gastão é um otimista, mas não sei se 2030 não é demasiado cedo. De qualquer forma, se se quiser ir preparando não deixe de ler as as 10 coisas essenciais que tem de saber sobre Marte, o livro The Martian de Andy Weir ou de ver o filme. Se se quiserem ir entretendo nada como participar no Space Poop Challenge (numa tradução livre, o Desafio Espacial do Cocó), promovido pela NASA, em que o desafio é encontrar a melhor solução para um sistema que a tripulação possa usar na descolagem e durante mais de 144 horas contínuas, que recolha a urina, fezes e menstruação, sem necessidade de tirar o fato.