Artifishal: o documentário que mostra o impacto da ignorância humana, das incubadoras de peixe e da exploração piscícola
Artifishal vem-nos lembrar (novamente) do quão destrutivo o ser humano consegue ser. No caso do salmão, conseguimos interromper um ciclo natural: a viagem do peixe selvagem dos rios onde desova, até novamente aos oceanos onde cresce e volta. O resultado? Peixes mortos, espécies que se alimentavam deles mortas, comunidades que dependiam deles desaparecidas, poluição e dinheiro mal gasto.
Será que mais peixe, significa melhor peixe? Como o documentário Artifishal vem mostrar existe um custo demasiado alto – ecológico, financeiro e cultural – associado à nossa crença que as soluções de engenharia podem compensar a destruição de habitats. O filme Artifishal conta a história das incubadoras de peixe da Califórnia à Noruega, debatendo, entre outros assuntos, os efeitos negativos das fábricas de rede aberta de salmão na costa da Noruega, a quantidade de dólares americanos gastos numa industria que dificulta a capacidade de recuperação do peixe selvagem, que polui rios e que contribua de forma ativa para o problema que diz resolver.
O filme de 80 minutos também presta atenção aos esforços sem sucesso da América do Norte em justificar os danos causados por barragens e explorações piscícolas, examinando as incubadoras de peixe nos Estados Unidos, onde o salmão é cultivado em unidades fabris em vez de poder nadar no seu ambiente natural e que produzem um salmão geneticamente inferior.
O filme tem o dom de pegar no problema do salmão e levar-nos a pensar sobre nós próprios. Até que ponto ao colocarmos espécies em perigo, contribuindo para a sua extinção, contribuímos para a nossa própria extinção?
O produtor do filme,Yvon Chouinard, fundador da marca de roupa e acessórios de outdoor Patagonia, salienta: “Os humanos sempre pensaram neles como superiores à natureza, o que nos levou a muitos problemas. Pensamos que podemos controlar a natureza. Não podemos”.
Volto a perguntar: Mais peixe, significa melhor peixe?