Cinco razões para ler mais este ano, apoiadas pela ciência

Não percebo as pessoas que não gostam de ler. Além destas cinco razões para ler mais, sei por experiência própria que nos ajuda a esquecer de nós próprios, dos nossos pequenos mundos e permite-nos aceder a outras realidades. Tudo sem sair do sofá.

Ler é algo que pode mudar a nossa vida. Se precisa de cinco razões para ler mais saiba que mantém o nosso cérebro em forma e ajuda a livrar-nos do stresse. Mas não é só. Ler permite-nos ser mais empáticos, compreender outras realidades, dormir melhor à noite. Numa era em que o universo Google reina e o que lemos não é ao acaso, mas sim fruto de diferentes mecanismos e algoritmos, nada como agarrar num livro e deixar a Internet (depois de ler este post, claro!).

Maryanne Wolf, autora do livro Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain, deixa uma preocupação relativamente ao futuro. Segundo Proust “Não podemos receber a verdade de ninguém”, temos de a criar nós mesmos. No entanto, no universo digital tudo o que lemos não é ao acaso. É escolhido, filtrado, composto da forma mais eficaz. O que, segundo a autora, pode fazer com que percamos a “dimensão associativa” da leitura: aqueles momentos em que vamos além das palavras de um texto e avistamos novos horizontes. Sente-se pronto agora para ler mais?

  1. Exercita o cérebro

Está mais do que provado que ler exercita o cérebro. Um estudo publicado no jornal Science, demonstrou que ler obras literárias trabalha uma competência conhecida como a “teoria da mente”, que é descrita como “a capacidade de ‘ler’ os sentimentos e pensamentos dos outros”. Segundo outro estudo publicado na versão online do jornal Neurology, uma vida de leitura pode ajudar o cérebro a estar em forma quando chegamos à velhice.

      2. Reduz o stresse

De acordo com uma pesquisa da University of Sussex, ler pode reduzir os níveis de stresse em 68 por cento. A pesquisa descobriu mesmo que era melhor que andar, ouvir música ou uma chávena de chá. De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa: “perder-se num livro é a melhor forma de relaxamento”. Podem ler mais sobre o estudo aqui.

3. Estimula a imaginação

Ler abre horizontes, apresenta-nos um mundo novo, muitas vezes para além das fronteiras da realidade. Mas que importa isso? Ler mostra-nos que nada é impossível, basta ser imaginado. Ao ler é obrigado a ligar personagens ou a acionar a criatividade para imaginar mundos. Por exemplo, pode sempre começar pela Flora of Middle-Earth: Plants of J.R.R. Tolkien’s Legendarium, em que o botânico Walter Judd retrata todas as espécies imaginadas no universo Tolkien, muitas delas assentes em bases científicas.

4. Ajuda a dormir melhor

Estabelecer uma rotina para ajudar a dormir melhor, não é novidade. O problema é que tentamos manter as rotinas com os nossos filhos (ler um livro antes de ir para a cama, depois das 20h00 não há televisão…), mas no nosso caso esquecemo-nos. Muitos dos especialistas em sono recomendam um rotina de relaxamento antes de se deitar. Proibidos estão os iPads e telemóveis que emitem  luzes claras, que dão um sinal ao cérebro que está na altura de se levantar. Ler um livro é muito melhor! Já agora: mantenha a televisão fora do quarto e pode sempre começar pelo Pequeno Caminho das Grandes Perguntas, Quetzal, de José Tolentino Mendonça.

5. Melhora a memória

É certo que o nosso cérebro envelhece como todas as outras partes do nosso corpo. No entanto, sendo um músculo podemos ajudá-lo a chegar à velhice nas melhores condições. Se o mantermos em forma. No seu livro Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain, a autora Maryanne Wolf explica que quando lemos temos mais tempo para pensar. Ou seja “ler dá-nos o botão de pausa para compreendermos e discernirmos”.

Caso lhe falte imaginação na hora de escolher um livro, basta enviar um email para o Pulpo. Desde lado, ideias não faltam.