Roteiro de Berlim: para sentir a cidade

East Side Gallery
Apesar de todo o rigor alemão, a verdade é que a cidade não acorda assim tão cedo. A Eastside Gallery, uma das partes mais longas do muro que sobreviveu ao colapso do mesmo em 1989 e que está decorada por mais de 100 artistas, é uma galeria ao ar livre sempre ao dispor. Por isso mesmo, é a forma perfeita de começar o dia se for do tipo madrugador ou se lhe apetecer um passeio ao ar livre.

EastSide Gallery, Mühlenstraße 3-100

The Bowl
Já que está na zona, o restaurante The Bowl é uma alternativa para quem quer optar por comida orgânica, sem glúten e sem açúcar. No andar de baixo tem um supermercado biológico, bom para fazer um reabastecimento para o resto do dia. Defensor de um estilo de vida simples e saudável, no The Bowl tudo é servido em taças, com uma aposta clara em ingredientes de qualidade. A recomendaçã vai para as taças de chia ao pequeno-almoço, mas também no leite com curcuma. No entanto, fica o aviso: vai ficar com vontade de voltar para o almoço.

The Bowl, Warschauer Straße 33

Bonanza Coffee Heroes
Se acha que café é só café e que são todos iguais, então o ideal é saltar esta parte. Aqui trata-se de um dos locais que não pode perder em Berlim se é fã de um café de qualidade e não se importa de pagar por um café o que provavelmente pagaria por um pequeno-almoço. Resumindo: se está à procura de um café mesmo muito, muito bom é aqui que tem de ir. Nós fomos à loja de Prenzlauer Berg, à ida para o Mauerpark, um destino a não perder ao domingo. Onde, não se surpreenda, estará toda a gente. Turistas e não turistas. Os baristas do Bonanza Coffee Heroes percebem do assunto e sabem como torrar, misturar e até decorar o seu café. Prepare-se porque é uma experiência.
Mais recentemente abriu um Bonanza Roastery Café na Adalbertstraße em Kreuzberg que lamentavelmente ainda não fui, mas quero muito ir! Aqui, ao contrário do pequeno café perto do Mauerpark, o café é espaçoso, com muita luz e até consegue ver a zona da torra. Quem for, por favor convide-me!

Bonanza Coffe Heroes, Oderberger Straße 35 e Adalbertstraße 70 

Madame Ngo
Encontrámos este restaurante um pouco por acaso, mas foi uma feliz descoberta. Situado em Charlottenburg, o restaurante serve um mix entre a cozinha francesa e vietnamita. Bem sei. Estamos an Alemanha. A verdade é que simplesmente não conseguimos resistir a um bom asiático. A atração começa na montra, pois estão expostos os grandes recipientes em que o pho (sopa vietnamita) é feito e, mal entramos, a simplicidade do sítio fala por si. O menu está dividido em inúmeros Phở (que foi a nossa escolha porque é tão difícil encontrar em Portugal), Bánh mì (as sandes vietnamitas) e alguns pratos de fusão de inspiração francesa. Os preços variam dos 7€ aos 19€.

Madame Ngo, Kantstraße 30 (Charlottenburg)

KaDeWe
Quando planeei a ida a Berlim, toda as pessoas que conheço me falaram dos armazéns KaDeWe (Kaufhaus des Westens/ Armazéns do Oeste). Ao princípio não percebi porquê, mas quando mergulhámos no sexto andar, o andar da comida, fez-se luz. É um supermercado de luxo, onde encontra ingredientes de todo o mundo. Se não existe no KaDeWe é provável que não exista em mais lado nenhum. Os armazéns ocupam cerca de 60 mil metros quadrados e foram inaugurados em 1907. pela mão de Adolf Jandorf. Só em 1956 é que se tornou a meca dos gourmets, com a abertura do sexto andar e a finalização da construção dos sete andares, tornando-se um símbolo do poder económico do pós-guerra, assim como um símbolo de prosperidade de Berlim Ocidental.

Kaufhaus des Westens, Tauentzienstraße 21-24

Monsieur Vuong
Vou tentar começar de forma a que todos percebam. Não gosta de comida vietnamita? Não interessa. Não adora asiático? Não interessa. O Monsieur Vuong lembra vagamente (ou totalmente) o Bruce Lee e tem mesmo que ir lá. O chá de gengibre fresco, erva príncipe e lima é um final grandioso para uma cozinha inspirada no Vietname, em que a chefe de sala gere o restaurante com pulso de ferro, sentando clientes sem que possamos refilar ou contestar. Não aceitam reservas. A ir (nós repetimos duas vezes).

Monsieur Vuong, Alte Schönhauser Strasse, 46

Bosco
Foi este o restaurante que escolhi para celebrar o meu 40.º aniversário e não fiquei desiludida. Criado por dois italianos, Federico Testa e Francesco Righi, o conceito é sobre honestidade e transparência. O restaurante é pequeno, tal como gosto, e a comida super genuína. Uma das coisas que mais gostei, foi que ambos estavam presentes e nos trataram como se nos conhecessem de sempre. Recomendo vivamente, até porque a decoração é linda, o ambiente super e a comida divinal (podem ver o menu aqui). A comida era tão boa que até me esqueci de fotografar fosse o que fosse, por isso estas fotos são de Ana Santi e não minhas…

Bosco, Wrangelstr 42

Dussman
O que mais me custa em Berlim é não dominar a língua. Na Dussman isso é elevado ao cubo. O piso dedicado às viagens é imperdível, assim como a secção de cozinha. Mesmo que não perceba uma palavra de alemão, para quem gosta de livros compensa a deslocação. Além disso, está aberto até tarde.
Dussmann das KulturKaufhaus, Friedrichstraße 90

Bikini Berlin
É um centro comercial à primeira vista, mas também é muito mais do que isso. Aqui, as lojas são cuidadosamente escolhidas, muito focado em criadores independentes e nacionais. Além disso, outro dos grandes atrativos é o terraço no topo do edifício, com 7000 m², acessível a qualquer um. Vale a pena pela vista. Também pode optar por ficar no 25hours Hotel Bikini Berlin, entre o Zoo de Berlim e a Breitscheidplatz.
Bikini Berlin, Sabrina Dux Centermanagement.

Kochhaus
Pode parecer ridículo viajar e depois ir ao supermercado mas, em qualquer cidade, é uma das primeiras coisas que faço. Entrar num supermercado é o mais próximo de entrar em casa de quem lá vive. Este é especial porque está totalmente pensado consoante as receitas. Ou seja, em vez de ter os produtos pela loja, tudo está agrupado consoante a receita em destaque, sendo possível comprar exatamente as quantidades necessárias para cada uma. Só precisa de um dente de alho? Ótimo.
Kochhaus, Savignyplatz, Schloßstraße, Rosenthaler Platz, Teltower Dam.

Niessing
O mais engraçado é que a minha prenda dos 40 anos foi um anel da Niessing, um dos maiores criadores de joalharia premium alemã (representada em Portugal pela Elements), que me lembra o símbolo do infinito. O João ainda esteve indeciso entre este (só hoje é que me confidenciou), mas fico muito contente com a escolha.