Não é preciso ser feliz para ser criativo

Segundo muitos cientistas, a criatividade não está dependente da felicidade, mas sim de competências como persistência e capacidade de resolução de problemas. Como é que isso se faz?

Estou com uma grande dor de cotovelo porque não fui ao Web Summit. Pronto. Já disse e é verdade. Proibi as palavras “Web Summit” na redação, porque já não se aguenta. A única coisa que me dá alento é que li este resumo das 25 frases da Web Summit que o Observador compilou e sinto-me um pouco menos de fora. A juntar à dor de cotovelo, apesar de ter uma vida espetacular, sinto-me também bastante infeliz. Chamem-lhe o que quiserem, mas é verdade. O que até pode ser uma coisa boa no meu caso. Segundo muitos cientistas, a criatividade não está dependente da felicidade, mas sim de competências como persistência e capacidade de resolução de problemas. Ok. Isso eu tenho. Check.

O que é que isto tem a ver com Lego
Os cientistas computacionais Anna Jordanous na Universidade de Kent e o linguista Bill Keller da Universidade de Sussex, ambas em Inglaterra, após muito trabalho árduo, conseguiram identificar os 14 componentes da criatividade. A novidade? A felicidade não foi uma delas. Bem feita para as pessoas que dizem que estão sempre felizes!
Os 14 componentes que foram encontrados precisam de trabalhar uns com os outros, em diferentes níveis, dependendo da tarefa que tem de executar. Tal como os blocos de Lego. Não existe nenhum mais importante que o outro, embora possam ser precisos em quantidades diferentes, consoante o desafio. Vale a pena ler este artigo do Quartz e perceber o que andamos a fazer bem (ou mal). E sim. O cérebro das pessoas criativas é mesmo diferente. Confirmem aqui.

 

O Gastão até ver é bastante criativo. Faltava-lhe uma cabana para o presépio e por isso fez uma de Lego. Como se não bastasse achou que o ideal era também criar um jardim para as ovelhas e ainda uma rampa porque o super-heróis também têm direito a ir ver o menino Jesus. OK. Bate certo. Acho eu.

No entanto, fica um alerta: a criatividade trabalha-se. Este workshop com Alain Grouette – A Energia Subtil da Criatividade – de 25 a 27 de novembro, promovido pela Corpo Infinito (uma nova estrutura criada pela artista Joana Vasconcelos que pretende partilhar com o público práticas fundamentais para construir vivências mais ricas e plurais) pode ser um bom ponto de partida. Ou de chegada. Depende da vossa criatividade.