Mas que merda é esta que andamos a fazer aos oceanos?

Oito milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos todos os anos. A juntar a isso a pesca excessiva, o turismo desenfreado e as mudanças climáticas, talvez esteja de na hora de fazermos alguma coisa. Fique com 5 ações fáceis e que qualquer um pode implementar. Só tem de querer.

Hoje decidi ir tomar o pequeno almoço fora. Afinal é sexta feira e eu mereço. Peço um café cheio e oferecem-me uma colher de plástico. “Não obrigada.”. “Mas não precisa de colher, nem quer açúcar?” – pergunta a empregada. “Açúcar não e até adorava uma colher, mas não de plástico”. A rapariga do outro lado do balcão encolhe os outros e passa para o outro cliente. Parece que só há colheres de plástico. Sinto que libertei um pouco do meu mau feitio, mas a intenção não foi essa. No entanto, sei também que não surtiu efeito nenhum. E, que no fundo, talvez a rapariga à minha frente, que deve pertencer à geração millennial e que por isso deveria ter a sustentabilidade no topo da sua lista de preocupações, talvez não saiba que cerca de oito milhões de toneladas de plástico acabam no oceanos todos os anos e que a estimativa é que este plástico mate todos os anos milhões de animais marinhos. Para mais, os cientistas estão agora a perceber que além do plástico com que poluimos os oceanos, há outra parte que se decompõe em pedaços tão pequenos que não se veem a olho nu. Os microplásticos têm sido encontrados em todos os lugares dos oceanos, até no gelo do Ártico.

As boas notícias
Segundo a revista National Geographic, a produção do plástico tem aumentado a um rimo estonteante: praticamente metade do plástico até hoje fabricado foi feito nos últimos 15 anos. A boa notícia? “Só” temos 8.300 milhões de toneladas de plástico para tratar. Apesar de tudo o que existe por resolver (como recolher o lixo, como criar um plástico biodegradável ou mais reciclável, etc.), existem mesmo boas notícias. O Quénia também já aprovou a proibição de sacos de plástico, a França em 2020 proibirá o uso de pratos e taças de plástico, este ano nos EUA, Canadá e Reino Unido entra em vigor a proibição do uso de microesferas na industria cosmética (usados nos esfoliantes) e as empresas também se começam a mexer. Entre outras empresas, a Ikea comprometeu-se a retirar das lojas todos os produtos de plástico de uma única utilização até 2020 (palhinhas, sacos de congelação, etc.), a Coca-Cola, que usa cerca de 120 mil milhões de garrafas por ano, comprometeu-se até 2030 a recolher e reciclar todo o seu packaging.

O que pode fazer

  1. Não use sacos de plástico
    Esta é mesmo básica. Ande com um saco de pano ou um saco reutilizável sempre consigo. A lefrik fabrica as mochilas e sacos a partir de garrafas de plástico recicladas.
  2. Nada de plástico de uma só utilização
    Esqueça os sacos de plástico também em casa. Opte por invólucros reutilizáveis como os da Bee’s Wrap, que são feitos em tecido de algodão biológico.
  3. Esqueça as palhinhas
    Opte por uma metálica reutilizável. Pode comprar online no Mind The Trash ou na Maria Granel.
  4. Garrafa de plástico? Nem pensar!
    Ande sempre com uma e vá reenchendo ao longo do dia. O ambiente agradece e a sua carteira também. Esta da dopper é uma opção e a do Wanderlust também é linda. São as duas leves e fáceis de transportar.
  5. Reciclar é essencial
    Recicle tudo o que conseguir e não evite comprar o que não for reciclável. Por exemplo, pode escolher uma escova de dentes da Lamazuna  com a cabeça substituível e o cabo em bioplástico ou uma escova de bambu. Evite ir comprar a fruta ou os legumes embalados em plástico. E, acima de tudo, não compre o que não precisa.