Há uma baleia azul no museu que expulsou um dinossauro. O melhor é ir ver.

Está uma baleia azul pendurada no teto do Museu de História Natural, em Londres. E, até 28 de fevereiro, pode ainda ver esqueletos, orgãos e barbatanas numa experiência a não perder. Leve as crianças se precisar de desculpa.

Sempre gostei da baleia azul. Também adoro Tolkien desde que me lembro, tenho um fascínio assolapado por poesia (continuo a achar que toda a gente deveria ler Adília Lopes) e sou fã de ponto cruz, tanto quanto gosto de motas. O que vendo bem as coisas, talvez seja uma explicação razoável porque não era a pessoa mais popular no liceu e porque não tive assim tantos namorados.

Ter filhos estava no final da minha lista (mesmo no final) e, afinal, tornou-se uma das coisas mais entusiasmantes. A par de um lista interminável de benefícios e vantagens associadas ao cargo inerente de ser mãe, há uma que me ajudou bastante. De repente, uma ida ao museu para ver uma baleia azul, implicando isso apanhar um avião, já não tem que se exaustivamente explicado. Mais: é tido como algo culturalmente interessante. Ter filhos ofereceu-me esta vantagem preciosa de poder ver e fazer coisas que de outras maneira teriam de ser explicadas, para não parecerem estranhas.

A verdadeira razão para ir ver esta baleia azul
Até dia 28 de fevereiro, se for ao Museu de História Natural em Londres, pode ver a exposição Whales (Baleias). Esta exposição conta com mais de 100 espécimes da coleção do museu, mostrando a grande diversidade de cetáceos que existe. Esqueletos verdadeiros revelam os segredos de natação desta espécie, como respiram ou como se alimentam.

Ao entrar, poderá ver a baleia azul que conseguiu destronar um dinossauro e que agora tem lugar de destaque, mesmo no salão principal do museu. Preparar o esqueleto da baleia azul para o salão Hintze demorou mais de três anos. A baleia que foi ferida em 1891, veio dar à costa e morreu na Irlanda. Após ter sido retirada a  carne da carcassa e cerca de 19 toneladas de óleo de baleia, um comerciante local vendeu o esqueleto ao Museu de História Natural, que tinha aberto uma década antes. Em vez da réplica do esqueleto do diplodocus, agora pode ver um baleia em posição de alimentação, com 25,2 metros no teto.

Sir Michael Dixon, diretor do Museu, através de um comunicado salienta que “Os espécimes em exposição são parte de um dos maiores recursos do mundo para podermos compreender a ecologia e o comportamento das baleias”. Salienta ainda que “os oceanos são o maior recurso natural da terra e que estão sob uma enorme pressão provocada pelas atividades humanas, como sobrepesca e poluição. Temos mesmo de proteger os oceanos para benefício das futuras gerações”. Ainda precisa de mais desculpas?

O que pode aprender e ver

  • Existem 90 espécies de cetáceos, mas há 12 milhões de anos atrás existiam muito mais.
  • Todos os cetáceos têm o corpo em forma de torpedo, o que os ajuda a movimentarem-se mais facilmente na água.
  • Os cetáceos usam as suas poderosas caudas, com dois lombos triangulares no final para maior propulsão.
  • Pulmões, coração, sangue e músculo. Os cetáceos possuem os mesmos orgãos que todos os mamíferos. No entanto, o corpo de alguns cetáceos pode transportar e armazenar mais oxigénio, porque têm mais sangue e  mioglobina nos músculos.
  • Pode ver esqueletos que revelam como é que as baleias sentem e quais os seus hábitos de alimentação.
  • Orgãos que mostram como é feita a digestão e a respiração, incluindo um estômago de cachalote.

Caso apanhar um avião não esteja nos seus planos, não perca aqui a visita interativa. Recomendado para todas as idades e para verdadeiros apreciadores da vida dos oceanos.